blog que trabalha com teorias estéticas, filosofia e filosofia da arte. procura abordar signos do nosso dia a dia e como a arte é inserida no popular.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Adorno e a Indústria Cultural : artigo de Daniel Ribeiro da Silva
Ano
I - Nº 04 - Maio de 2002 - Quadrimestral - Maringá - PR - Brasil - ISSN
1519.6178
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Resumo:
O presente texto
pretende ser mais uma explanação de algumas reflexões do filósofo T. W.
Adorno (1903-1969) acerca da Indústria
Cultural vigente no século XX.
Palavras-chave: Adorno, indústria cultural, ideologia,
razão técnica, arte.
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A Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes,
capazes de julgar e de decidir conscientemente.
[2]
Com as
palavras do próprio Adorno, podemos compreender o porque das suas
reflexões acerca desse tema.
Theodor Wiesengrund-Adorno, em
parceria com outros filósofos contemporâneos, estão inseridos num
trabalho muito árduo: pensar filosoficamente a realidade vigente.
A realidade em que vivia estava sofrendo várias transformações,
principalmente, na dimensão econômica. O Comércio tinha se fortalecido
após as revoluções industriais, ocorridas na Europa e, com isso,
o Capitalismo havia se fortalecido definitivamente, principalmente,
com as novas descobertas cientificas e, conseqüentemente, com o
avanço tecnológico. O homem havia perdido a sua autonomia. Em conseqüência
disso, a humanidade estava cada vez mais se tornando desumanizada.
Em outras palavras, poderíamos dizer que o nosso caro filósofo contemplava
uma geração de homens doentes, talvez gravemente. O domínio da razão
humana, que no Iluminismo era como uma doutrina, passou a dar lugar
para o domínio da razão técnica.
Os valores humanos haviam sido deixados de lado em troca
do interesse econômico. O que passou a reger a sociedade foi a lei
do mercado, e com isso, quem conseguisse acompanhar esse ritmo e
essa ideologia de vida, talvez, conseguiria sobreviver; aquele que
não conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida ficava
a mercê dos dias e do tempo, isto é, seria jogado à margem da sociedade.
Nessa corrida pelo ter, nasce o individualismo, que, segundo o nosso
filósofo, é o fruto de toda essa Indústria
Cultural.
Segundo Adorno, na Indústria Cultural, tudo se torna negócio.
Enquanto negócios, seus fins
comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração
de bens considerados culturais.
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Um exemplo disso, dirá ele, é o cinema. O
que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se
tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que
a Indústria Cultural traz
consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno
e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da
ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.
É importante salientar que, para
Adorno, o homem, nessa Indústria
Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo,
ou seja, objeto. O homem é tão bem manipulado e ideologizado que
até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho. Portanto,
o homem ganha um coração-máquina. Tudo que ele fará, fará segundo
o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante. A
Indústria Cultura, que
tem com guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes
para um esquematismo que é oferecido pela indústria da cultura –
que aparece para os seus usuários como um “conselho de quem entende”.
O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só escolher.
É a lógica do clichê. Esquemas prontos que podem ser empregados
indiscriminadamente só tendo como única condição a aplicação ao
fim a que se destinam. Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural. Toda vida torna-se
replicante. Dizem os autores:
Fica claro portanto a grande intenção
da Indústria Cultural: obscurecer
a percepção de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são
formadores de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos por ela. Até mesmo a felicidade
do individuo é influenciada e condicionada por essa cultura. Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer
exemplificam este fato através do episódio das Sereias da epopéia
homérica. Ulisses preocupado com o encantamento produzido pelo canto
das sereias tampa com cera os ouvidos da tripulação de sua nau. Ao
mesmo tempo, o comandante Ulisses, ordena que o amarrem ao mastro
para que, mesmo ouvindo o cântico sedutor, possa enfrentá-lo sem sucumbir
à tentação das sereias. Assim, a respeito de Ulisses, dizem os autores:
É importante frisar que a grande
força da Indústria Cultural
se verifica em proporcionar ao homem necessidades. Mas, não aquelas
necessidades básicas para se viver dignamente (casa, comida, lazer,
educação, e assim por diante) e, sim, as necessidades do sistema
vigente (consumir incessantemente). Com isso, o consumidor viverá
sempre insatisfeito, querendo, constantemente, consumir e o campo
de consumo se torna cada vez maior. Tal dominação, como diz Max
Jimeenez, comentador de Adorno, tem sua mola motora no desejo de
posse constantemente renovado pelo progresso técnico e científico,
e sabiamente controlado pela Indústria
Cultural. Nesse sentido, o universo social, além de configurar-se
como um universo de “coisas” constituiria um espaço hermeticamente
fechado. E, assim, todas as tentativas de se livrar desse engodo
estão condenadas ao fracasso. Mas, a visão “pessimista” da realidade
é passada pela ideologia dominando, e não por Adorno. Para ele,
existe uma saída, e esta, encontra-se na própria cultura do homem:
a limitação do sistema e a estética.
Na Teoria Estética, obra que Adorno
tentará explanar seus pensamentos sobre a salvação do homem, dirá
ele que não adiante combater o mal com o próprio mal. Exemplo disso,
ocorreram no nazismo e em outras guerras. Segundo ele, a antítese
mais viável da sociedade selvagem é a arte. A arte, para ele, é
que liberta o homem das amarras dos sistemas e o coloca com um ser
autônomo, e, portanto, um ser humano. Enquanto para a Indústria
Cultural o homem é mero objeto de trabalho e consumo, na arte
é um ser livre para pensar, sentir e agir. A arte é como se fosse
algo perfeito diante da realidade imperfeita. Além disso, para Adorno,
a Indústria Cultural não
pode ser pensada de maneira absoluta: ela possui uma origem histórica
e, portanto, pode desaparecer.
Por fim, podemos dizer que Adorno
foi um filósofo que conseguiu interpretar o mundo em que viveu,
sem cair num pessimismo. Ele pôde vivenciar e apreender as amarras
da ideologia vigente, encontrando dentro dela o próprio antídoto:
a arte e a limitação da própria Indústria Cultural. Portanto, os remédios
contra as imperfeições humanas estão inseridos na própria história
da humanidade. É preciso que esses remédios cheguem a consciência
de todos (a filosofia tem essa finalidade), pois,
só assim, é que conseguiremos um mundo humano e sadio.
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A seed can be owned?
A seed can be owned?
What these creatures .. this class of politicians and super powerful industries want to buy anyway ? Why so much power .. ? to buy luxury items , women / men / babes / cars / bags , sex ? These people are in their final days .. we think so , and should try to do some kind of therapy to heal those obsessions of always wanting to supplant the other ...
Seeds, animals, plants , minerals , people do not belong to anyone .. here is a planet and not a hype or media to a company ... we live by the terms of contingency water and oxygen ...... nothing more ..
! ! ! ! ! ! Time to change the mindset of our planet and think that the seeds/ and all resourses are not goods .. to anyone .. or any state !
Luxury ! No! And make money and buy all kinds of luxury is a waste of time ... produce AESTHETIC ! Yes ! .. and improve the lives of everyone with money ... ( and that in the end it's just a piece of paper ... loaded with cheap symbolism ) ..
( * there are people still carrying old thoughts , secret religions that do not hide anything .. preserving the " royals " , the names of such families , ... preserving this and that in the name of that ... ! )
This is a real theater !
We want our planet belongs to everyone and no marks .. the media .. and all this crazy people who still think you have more rights than some born with ... and because of some divine gift ...
: (
SOCORRO !
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