segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

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Flávio de Carvalho[1] (Barra Mansa, 10 de agosto de 1899Valinhos, 4 de junho de 1973) foi um dos grandes nomes da geração modernista brasileira, atuando como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, filósofo, performer, flashmobist, músico e outros rótulos.


Filho de pais abonados, pôde receber uma educação privilegiada na França (de 1911 a 1914) e na Inglaterra, onde freqüentou a Universidade de Durham, na cidade de Newcastle. Em 1922, formou-se em engenharia civil. Ao mesmo tempo, fez seus estudos artísticos na Escola de Belas Artes da mesma universidade.

Retornando ao Brasil, empregou-se como calculista na famosa firma de construção civil de Ramos de Azevedo (1924). Costumava andar seminu pelos corredores do escritório, isto é, só de short, o que, "para a época", era tido como um despudor inaceitável. Os demais proprietários e usuários de salas do edifício ficavam indignados e as senhoras finíssimas que ali circulavam tinham verdadeiros ataques histéricos, ao que Flavio não dava a menor importância. Revoltados, reuniram-se os inquilinos, redigindo um severo abaixo-assinado: o artista deveria urgentemente deixar o prédio. Flávio não apenas se recusou como terminantemente ainda afirmou: "Não vou sair daqui de jeito nenhum. Vocês só me tiram daqui a bala... mas vai ser difícil, porque vou instalar uma metralhadora em meu ateliê..." Inteirados de sua audácia e destemor, os reclamantes não tocaram mais no assunto mas algo lhes dizia que o artista blefara fragorosamente. Contudo, no dia seguinte, um destacado anúncio no Diário Popular fez com que houvesse um frêmito de pânico no velho edifício: "COMPRA-SE UMA METRALHADORA. TRATAR COM FLÁVIO DE CARVALHO NO INSTITUTO DE ENGENHARIA".

TRAJE TROPICAL NEW LOOK: Flávio de Carvalho- imagem primeira livro Bienal Mercosul / segunda imagem e texto blog ZIGUEZAGUEBLOG MODA E ARTE


O Ziguezague e Flávio de Carvalho
Por flavia em 23/06/10 - 0 Comentários

O Ziguezague e Flávio de Carvalho

Por Aline Gonçalves

A 8a edição do Ziguezague, realizada de 9 a 12 de junho de 2010, no Auditório do MAM-SP, propos no último dia do evento uma conversa Transversal entre a historiadora Cacilda Teixeira da Costa e Rui Moreira Leite, curador da exposição “Flávio de Carvalho”, recentemente realizada no MAM-SP. Na mesa, os especialistas discutiram sobre a chamada “Experiência no 3″, de Flávio de Carvalho.

Paradigma

Ao fim de 1956, o arquiteto, pintor e figurinista Flávio de Carvalho sai as ruas do centro de São Paulo vestido com o denominado New Look: um modelo de vestimenta para o verão brasileiro. Composto de saia, uma camisa de mangas curtas e amplas, meia arrastão e sandálias de couro, o look demorou três meses para ser criado e , segundo jornais da época, respondia ao “habitat” do país.Entretanto, o arquiteto tinha motivos maiores para a Experiência no 3 do que o simples desenvolvimento de um traje higiênico e econômico. A real intenção de Flávio era observar a psicologia dos indivíduos e das massas, pesquisar se o homem nu poderia nascer e conceber a tão sonhada cidade projetada por ele. Flávio imaginava que o homem do futuro iria se libertar dos dogmas escolásticos e adquiriria uma liberdade para o raciocínio e o pensamento.

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Nas ruas

A peça apresentada por Flávio para todos os transeuntes da cidade de São Paulo, chocava e principiava uma liberdade futura que deveria existir. Essa versão do new look por Flávio de Carvalho impulsionou um novo pensamento para o desenvolvimento do homem do trópico, que deveria se desvenciliar de todas as regras advindas com a colonização. O futuro imaginado por Flávio de Carvalho se concretizou. Atualmente, encontramos o homem nu na sociedade, o homem livre de raciocínio, sem dogmas restritos. Mas o que ainda encontramos é a liberdade de vestir, já que ainda hoje somos delimitados por regras implícitas sobre nossos costumes.

Todos os dias, podemos abrir nosso guarda-roupa e ter a libertadora experiência de escolher o que queremos usar. No entanto, ao sairmos na rua devemos estar preparados para o julgamento social. O homem está livre, porém a cidade (sociedade) concebida por Flávio de Carvalho para o desenvolvimento daquele ainda não está pronta.

Imagem: Reprodução